O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta, de acordo com o Ministério da Saúde, 1,2 milhão de pessoas no Brasil. A cada ano, 100 mil novos casos são diagnosticados, sendo considerada uma das principais causas de demência. É objeto de intensa pesquisa e atenção de especialistas, tendo em vista sua prevalência e impacto na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
De acordo com Mirella Fazzito, médica neurologista, a doença costuma se manifestar em idosos, mas de maneira mais rara, pode também acometer jovens. “Os sintomas são conhecidos, e incluem dificuldade em lembrar eventos recentes, nomes, informações, além de desorientação de tempo e espaço”, explica a especialista. “Como estamos falando de uma doença degenerativa, ela é uma condição progressiva e irreversível. Os sintomas se agravam à medida em que progride” explica.
Com essa piora, o desafio vai se tornando maior, podendo o paciente ter problemas na comunicação, julgamento, tomada de decisões e até mesmo na realização de atividades básicas do cotidiano, como ir ao banheiro ou alimentar-se. “Neste momento, não só o paciente tem sua qualidade de vida impactada, mas também seus familiares e amigos”, esclarece Mirella.
“O paciente com Alzheimer tem um acúmulo anormal de proteínas (beta-amiloide e tau) no cérebro, formando placas neurofibrilares que interferem no funcionamento das células cerebrais, e consequentemente levam à sua morte neuronal”, comenta a neurologista. Como resultado, as áreas do cérebro responsáveis pela memória, raciocínio, organização, pensamento e comportamento são afetadas.
Sabe-se que a causa exata da doença é desconhecida e, segundo a especialista, existem vários fatores envolvidos. “Com o envelhecimento da população e aumento na expectativa de vida, vem se observando um aumento no número de casos. Consequentemente tem se buscado estudar cada vez mais a doença, sua fisiopatogenia, e assim buscar tratamentos mais eficazes e que garantam mais qualidade de vida aos pacientes”, comenta.
Além disso, fatores genéticos, ambientais e até mesmo estilo de vida podem desempenhar um papel na predisposição à doença. “A idade avançada, falta de estímulo cerebral e de qualidade de vida são importantes fatores de risco”, completa.
O Alzheimer ainda não tem cura, o que aumenta ainda mais as intensas pesquisas de profissionais. No entanto, existem tratamentos disponíveis que ajudam a retardar o progresso da doença e aliviar sintomas, tentando manter qualidade de vida e independência dos pacientes. Essas medicações agem aumentando a circulação de um neurotransmissor que ajuda no aprendizado e na memória, melhorando a comunicação entre as células nervosas. Elas, em conjunto com terapias, melhoram temporariamente a função cognitiva e conseguem retardar a evolução da doença. As terapias incluem estimulação mental e reabilitação cognitiva.
“Estamos diante de um grande desafio para a sociedade, já que o Alzheimer afeta milhões de pessoas e, assim como toda doença, é importante o diagnóstico precoce para que o tratamento seja eficaz”, finaliza a médica.
Alzheimer afeta mais de 1 milhão de pessoas no Brasil
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