sábado, 23 novembro, 2024
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Demência afeta 10% dos idosos no Brasil; casa de repouso é a opção?

O Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade são comemorados em 1º de outubro, uma boa oportunidade para falar sobre a saúde dessas pessoas, que representam 10,5% da população do Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Dentro desse contexto, é inevitável não pensar em Demência. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que mais de 55 milhões de idosos vivem com essa condição em todo o mundo, incluindo o Alzheimer.
De acordo com o Ariel Lipman, médico psiquiatra, as pessoas com Demência, têm dificuldade para se lembrar de informações, nomes, eventos e, ao longo do tempo, passam a ter sintomas mais intensos. “Estamos falando de uma condição neurológica, mas que necessita de tratamento multidisciplinar, incluindo o acompanhamento de um psiquiatra. Isso porque esses pacientes têm grandes chances de desenvolverem depressão, alteração do sono, ansiedade, apatia e até mesmo agressividade”, comenta ele.
Solange Tedesco, terapeuta, explica que o termo “demência” é bastante genérico e não se refere a um único transtorno, mas engloba várias condições crônicas com múltiplos déficits cognitivos. “No caso do Alzheimer, por exemplo, a demência tem um início gradual, de progressão lenta e constante que além da deterioração da memória apresenta também, pelo menos, a alteração de uma das funções cognitivas, como na linguagem, praxia, gnosia e funções executivas”, explica.
A residência terapêutica, especializada em transtornos mentais, tem tanto a importância no diagnóstico e acompanhamento precoce, no diagnóstico diferencial e comorbidades associadas, como na gestão do cuidado ao longo do tempo. “Como os sintomas variam entre as fases do quadro demencial, a necessidade de adaptação ativa do cuidado em todas as esferas é fundamental para um melhor prognóstico ou minimização dos prejuízos esperados. É função de uma boa residência terapêutica a gestão de cada caso, chamamos de manejo de caso, onde se ajuda a encontrar as soluções necessárias para cada necessidade de cuidado”, opina.
O destino de um paciente com Demência em um estágio muito avançado, pode ser uma casa de repouso. “Existem diferenças nos projetos e propostas entre residências terapêuticas, residenciais de idosos ou ILPis (instituições de longa permanência). Essas diferenças não são necessariamente claras na apresentação desses dispositivos. Entendemos a SIG-RT como um sistema de gestão do cuidado integrado que utiliza a cidade, a vida comunitária, a família/ rede social mínima tanto para a coparticipação como para utilizar ou criar recursos para promover a saúde mental em todas as suas esferas: psicológica, social, física, espiritual, ambiental e existencial, considerando as dimensões da capacidade particular de cada morador”, comenta ela.
Não é um lugar de chegada e espera. É um lugar de gestão do cuidado e da própria vida, com recursos compartilhados entre cada morador com uma equipe especializada, gerando habilidades remanescentes, criando inéditas, em qualquer etapa da vida ou do adoecimento. Isso nos exige um olhar e atos individualizados para que todas as necessidades sejam atendidas com acolhimento”, completa.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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