Desde domingo, dia 19 de novembro, as redes sociais da Fiesp estão engajadas na nova campanha da entidade contra a violência direcionada às mulheres. A ação, intitulada “Mulheres sem Dor”, publica uma série de vídeos com depoimentos de mulheres atuantes na pauta, e abordará temas como os tipos de violência, formas de prevenção, feminicídio, violência contra as mulheres negras e violência empresarial.
Entre as mulheres engajadas na campanha estão Luiza Brunet, ativista e membro do Conselho Superior Feminino da Fiesp; Beatriz Accioly, coordenadora de parcerias, políticas públicas e gestão estratégica do Instituto Avon; Cleide Vitorino, advogada com atuação na área de Direitos Humanos; Fabíola Sucasas, promotora do Ministério Público de São Paulo; Luiza Eluf, advogada e uma das autoras da lei anti-feminicídio (nº 13.104/2015); e Marta Livia Suplicy, presidente do Confem. A ação conta também com depoimentos de vítimas de violência.
“Mulheres sem Dor” faz parte da iniciativa “21 dias de ativismo”, uma campanha internacional iniciada em 1991 por ativistas do Centro para Liderança Global das Mulheres. No Brasil, a iniciativa começa no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, considerando a dupla vulnerabilidade da mulher preta, e termina em 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os dados nacionais mostram um triste cenário para as mulheres com impacto, inclusive econômico, o que torna o debate sobre o tema ainda mais importante no meio industrial e empresarial, ainda predominantemente masculino. O fim da violência contra a mulher, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, de 2021, representaria um incremento de R$ 214,4 bilhões no PIB brasileiro em 10 anos, gerando 2 milhões de empregos, com reflexos positivos na massa salarial e na arrecadação do governo.
No âmbito da violência doméstica, mulheres vítimas dessa realidade faltam, em média, 18 dias de trabalho por ano, resultando em uma perda anual de cerca de R$ 1 bilhão para o país. Essas mulheres enfrentam, também, problemas de concentração e estresse relacionados ao trabalho, como aponta a Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em colaboração com o Instituto Maria da Penha.
Para Marta Livia Suplicy, presidente do Conselho Superior Feminino da Fiesp, combater a violência contra a mulher é uma responsabilidade coletiva, promovendo respeito, segurança e direitos. “Convido todos a se engajarem na campanha e acompanhar depoimentos e informações nas redes sociais da FIESP”, diz Marta Lívia.
Luiza Brunet, atriz e membro do Confem, salienta a importância de identificar os tipos de agressões como primeiro passo para combater a violência contra a mulher. “A informação e a divulgação são fundamentais para oferecer apoio a quem precisa”, ressaltou. Já Cleide Vitorino, mestre em direito e doutoranda em Função Social do Direito e Direito Constitucional, destaca a urgência de abordar a violência contra as mulheres negras que, segundo ela, enfrentam uma dupla discriminação, exigindo uma abordagem integrada para construir uma realidade mais justa e segura para todas.
Além de uma forte presença digital, a ação se estenderá à exposição “Feminicídio – Um Crime Contra a Equidade”, programada para ocorrer de 21 a 23 de novembro na Avenida Paulista 1313 (na Capital), na calçada em frente à Fiesp, das 10 às 20 horas.
Fiesp inicia campanha para combater violência contra mulher
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