Na terça-feira, dia 9, a equipe do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, em Jundiaí, obteve mais um importante reconhecimento. Desta vez a unidade foi contemplada pela Iniciativa Angels, projeto internacional, desenvolvido pelo laboratório Boehringer Ingelheim, que visa qualificar os centros de saúde e profissionais para o atendimento de pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Quinhentos hospitais no Brasil e 7 mil hospitais no mundo, participam da iniciativa.
Essa conquista é mais um importante passo para a qualificação da gestão e eficiência hospitalar, que representa a implantação de um importante protocolo para a assistência ao paciente com AVC, com maior agilidade, num menor espaço de tempo e em conformidade com os indicadores dos padrões internacionais, culminando em mais vidas salvas”, explica Matheus Gomes, superintendente do HSV. “Com a gestão dos serviços pré e hospitalares, como Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Prontos Atendimentos e Pronto Socorro Adulto, é possível manter a equipe integrada na execução E monitoramento do protocolo de AVC. O protocolo médico e assistencial, para ser eficiente, precisa ser implantado e gerenciável, além do investimento em medicamentos e exames específicos”, acrescenta.
O médico neurologista Denis Ueoka, que implantou o protocolo de atendimento às vítimas de AVC no HSV, explica que o fator tempo é essencial para minimizar complicações. “Nos baseamos em múltiplas estratégias, como por exemplo, reduzir o tempo ‘porta – agulha’ (diferença de tempo entre o paciente chegar ao hospital e receber o tratamento que reverte o AVC) para, no máximo, 50 minutos, lembrando que a prática preconizada por protocolos internacionais é de 60 minutos. O atendimento eficaz e ágil nos casos de AVC é fundamental para diminuir possíveis sequelas ao paciente”, diz. “Também implantamos painel com principais condutas na sala de emergência para suspeita de AVC e mecanismos de monitoramento desses pacientes. O engajamento de toda a equipe de assistência e profissionais, no que se refere a este tipo de paciente, bem como o suporte da diretoria do hospital, foram essenciais para atingirmos esses resultados e para a continuidade do protocolo”, completa.
Além do protocolo, várias outras ações foram realizadas simultaneamente. “Realizamos treinamento presencial com as equipes de recepção e médica que atende diretamente em nossos Prontos Socorros e Prontos Atendimentos; fizemos treinamento on-line com a equipe médica junto ao médico capacitado para o treinamento destes profissionais; preparamos uma capacitação para as equipes assistenciais; participamos de seis monitorias, sendo quatro delas presenciais, com discussão dos casos e alinhamentos”, explica a enfermeira Bruna Zelbrasikowoki, responsável pela Qualidade e Núcleo de Segurança do Paciente do HSV.
“Para ser contemplado, o hospital precisa passar por várias fases e o Hospital São Vicente finalizou todas as fases, concluindo desde a visita diagnóstica, os treinamentos, as monitorias, o cadastro na plataforma RES-Q reports – inteligência artificial que permite acompanhar a evolução de índices em hospitais participantes ao redor do mundo. Então, a partir deste momento, o hospital recebe uma placa, demonstrando que está totalmente preparado para a assistência ao paciente com AVC. Obviamente que essa finalização é uma maneira de concluir as fases, mas compete ao hospital manter todos os critérios de coleta de indicadores, de acompanhamento e todos os outros pontos para realmente, cada vez mais, melhorar o atendimento ao público de pacientes com AVC. Nós auxiliamos na implantação, mas é evidente que o trabalho é contínuo e que precisa ser sempre relembrado para todos os profissionais que necessitam deste conhecimento para que continuarem desenvolvendo o trabalho de qualidade que vocês já realizam”, enfatiza Karla Leal Trevisan, consultora científica da Iniciativa Angels.
Dados
Durante meses foram realizadas diversas monitorias com a equipe da Boehringer para alinhamento dos pontos de atenção no atendimento ao paciente com AVC. O perfil identificado com mais frequência foi de pacientes com média de 67 anos, do sexo masculino e com pelo menos duas comorbidades.
Muitas vítimas chegam ao Pronto Socorro depois de 4h30 do momento da instalação do déficit, o que reduz de forma drástica o uso do recurso da trombólise, que permite algumas reversões. “Percebemos que às vezes as pessoas demoram para procurar socorro, por não terem noção da gravidade. Então, ao menor sinal de um AVC, não se deve esperar algumas horas para ver se o quadro melhora, mas sim procurar atendimento o mais breve possível”, sugere a enfermeira.
Aprenda os sinais de AVC, eles iniciam repentinamente:
Lembre-se da sigla SAMU
- Sorria – Peça para a pessoa dar um sorriso e observe se apresenta a boca torta;
- Abrace – Peça para elevar os braços e observe se apresenta perda de força;
- Música – Peça para repetir o trecho de uma música e observe se apresenta dificuldade de fala;
- Urgente – se apresentou todos esses sintomas, ligue 192.