sábado, 27 julho, 2024
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Proteção aos dados, outra piada

Anselmo Brombal – Jornalista

Há no Brasil uma lei, chamada de LGPD – Lei Geral de Proteção aos Dados. O espírito da lei é proteger informações sobre todos os cidadãos. Lei existe, e assim como a maioria delas, não é cumprida. Nossos dados – RG, CPF, renda mensal, endereço, telefone – estão por aí, para quem quiser usar. É mais uma lei que não vingou. O cotidiano nos prova isso. Vamos lá.
Assim que o sujeito se aposenta, passa a receber mensagens e ligações de financeiras e bancos, oferecendo crédito consignado. Para eles, bom negócio. Bancos e financeiras vendem dinheiro e cobram juros extorsivos. Mas afinal, onde bancos e financeiras conseguiram as informações? Sem qualquer dúvida, as informações saíram do próprio INSS, ou foram roubadas por algum funcionário. Afirmar que foi algum hacker que invadiu o sistema da Previdência Social é ingenuidade demais. E, se foi hacker, é melhor mudar o sistema. É frágil demais.
Antes havia um mercado concorrido – a venda de e-mails. O sujeito se cadastrava em alguma promoção de loja ou shopping e ficava na ilusão de ganhar alguma coisa. Ganhava. Dor de cabeça. Essas listas de e-mails eram vendidas a empresas de telemarketing, aquelas que infernizam a vida de todos nós. Agora as listas vendidas são outras. De whatsapp.
Se as informações saem de algum lugar, seja uma instituição privada, seja uma instituição oficial, o desrespeito à proteção de dados é latente. E não há autoridade nesse país com culhões suficientes para encarar o problema. Ou também há autoridades vendidas. O que não é novidade.
Bandidos mais pacienciosos vasculham as redes sociais em busca de informações. Assim ficam sabendo quando alguém viaja para roubar sua casa. Enxergam a ostentação de outra forma – alvo de sequestro e posterior pagamento de resgate. Bandidos com dinheiro – e bancos e financeiras não passam de bandidos – compram listas para oferecer seus produtos.
A grosso modo, seria necessária uma triagem e limpeza das leis que estão em vigor e que ninguém respeita. Que sejam revogadas. Pelo menos assim fica escancarado que lberou geral. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros proibiu a briga de galos e o biquini nas praias. Isso mesmo, o biquini foi proibido nas praias. Essas leis ainda estão em vigor e não servem pra nada. No interior, são comuns as brigas de galo. E nas praias, se avisar muitas mulheres que o biquini é proibido ficarão nuas.
Mas nossos deputados e senadores estão ocupados demais. Ocupados em roubar e mentir. É o que fazem de melhor.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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