Policiais federais realizaram ato público e suspenderam as atividades na quinta-feira (16), na capital paulista e em unidades no estado, em defesa da reestruturação das carreiras policial e administrativa. Em São Paulo, o movimento se concentrou em frente à Superintendência da Polícia Federal, na Lapa de Baixo, e contou com a adesão de 200 policiais, entre delegados, agentes, escrivães, papiloscopistas e peritos, além de servidores administrativos.
A falta de avanço nas negociações da instituição com o governo federal, que chegou a chancelar uma proposta, que contemplaria as carreiras policial e administrativa da Polícia Federal, motivou a nova mobilização da categoria, de acordo com o Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP). Uma já havia sido realizada em 26/10. Hoje, Dia do Policial Federal, aconteceu a segunda acerca das reivindicações da categoria em diferentes regiões do Brasil.
Em seu pronunciamento, a presidente do SINPF/SP, Susanna do Val Moore, lembrou que diversas carreiras da esfera federal passaram por reestruturação nos últimos 20 anos, o que não aconteceu, ainda, com a Polícia Federal. Segundo ela, a instituição corre o risco de ficar defasada, inclusive para combater o crime com a eficiência que a tornou referência em todo o País:
“Não podemos ficar para trás, pois é a sociedade que também perde. A reestruturação da Polícia Federal é mais do que urgente, para que possamos combater o crime com eficiência e desempenhar o trabalho de excelência que a instituição tem realizado, não de hoje, no Brasil. Por enquanto, só temos promessas por parte de governos, e nunca cumpridas. Peço que todos nos mantenhamos unidos nesta pauta”, enfatizou.
Tânia Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Fenadepol), destacou a importância da mobilização num dia simbólico: “Hoje, é o Dia do Policial Federal. Mais um ano que passamos sem ter motivos para comemorar. Não temos outra alternativa para cobrar a promessa de reestruturação por parte do Ministério da Justiça, senão esta mobilização”, reforçou.
Carlos Sobrinho, representante regional do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos (Sinpec) da Polícia Federal, destacou a união da categoria, nas suas mais diversas funções, em prol da reestruturação: “Entendemos que, neste momento, os servidores administrativos têm de estar unidos às demais categorias, para que haja a valorização de todos, de forma a tornar a Polícia Federal mais eficiente para servir à sociedade. No final, é a ponta, o cidadão, que sofre as consequências”.
Em frente à Superintendência, Ricardo Saad, da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), destacou que as reivindicações, que também abarcam melhores salários aos policiais federais, vão além dos muros da instituição, sendo uma bandeira da sociedade brasileira: “O cidadão está acostumado a ver a Polícia Federal atuante, todos os dias nas ruas, e quer continuar tendo este orgulho. Esta é uma pauta do Estado brasileiro e os governantes precisam saber e entender isso. Há tempos lutamos por melhorias. Sabemos que há uma construção em jogo, mas não podemos ser ignorados, tão pouco termos reuniões canceladas ou adiadas”.
O movimento em São Paulo se soma a outros realizados em todo o País na quinta-feira. No estado, também houve mobilização em Santos e em Campinas, só para citar algumas cidades. A iniciativa em solo paulista teve à frente o SINPF/SP em consonância com o calendário definido para todo o Brasil pela Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF).
Mobilização reúne mais de 200 policiais federais em São Paulo
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