Trabalho de imprensa: manual de sexo

Anselmo Brombal – Jornalista Poucos dias antes de começar o carnaval, a coluna Pouca Vergonha, escrita por jornalista, publicou uma espécie de “orientação” aos foliões. O texto, com ilustrações vulgares, ensinava como fazer sexo no bloquinho, sem precisar toda aquela preparação para o ato. Um coito simples, digamos. Uma rapidinha. E isso mostra bem o nível da imprensa atual, a preocupação em informar e orientar. Vamos lá. O texto apresentava três alternativas. Tudo errado. Uma é que existem muitas outras alternativas. Outra é que alguém querer ensinar os demais fazer sexo é dar com os burros n´agua. Essa molecada dá um baile em qualquer um (ou uma) como mais de 40 anos. Ademais, sexo é algo tão natural, tão instintivo, nato, que ninguém precisa ensinar. E as pessoas não aprendem com o tempo – aperfeiçoam. Não todos, logicamente. O texto é machista demais. Trata a mulher como um objeto qualquer, para ser usado e descartado. Também se limita ao coito em si, se esquecendo que existem regras de higiene para antes, durante e depois do sexo. E ninguém consegue convencer uma mulher no bloquinho a fazer sexo em cinco ou dez minutos. A não ser que seja uma galinha despudorada. Por mais biscate que seja, tem limites. Imagina-se a nojeira – os dois suados, hálito de cachaça e cerveja, e muitas vezes maconha, se “amando”. E depois, se limpam onde e como? Presumindo que foi usada uma camisinha, esta será descartada onde? No meio da rua? Não estranhei. Estou acostumado com idiotices. Já gostei, não gosto mais de carnaval, nem de salão, nem de rua, nem de bloquinho. Quero distância. Mas vi uma notícia que assustou: no trio elétrico da Anitta tinha gente cheirando cocaína abertamente. Pior, o trio elétrico estava sendo escoltado por policiais. E para quem quiser “aprender” fazer sexo no bloquinho, aqui vai o link: https://www.metropoles.com/colunas/pouca-vergonha/sexo-no-bloquinho-3-posicoes-para-dar-uma-rapidinha-de-carnaval Pode tudo? Me aguardem no próximo ano.