sábado, 23 novembro, 2024
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A comédia morreu

Anselmo Brombal – Jornalista

Sim, morreu. Está enterrada a quilômetros de profundidade. A realidade é mais divertida. E mais trágica também. Está impossível aos comediantes produzirem mais situações engraçadas, absurdas, exdrúxulas do que nossos políticos. Políticos, via de regra, fazem piadas de mau gosto. Piadas que influem em nossas vidas. Sempre pra pior. Mas não deixam de ser piadas.
A ministra Anielle Franco, por exemplo, vive falando asneiras. Ela comanda o Ministério da Igualdade Racial. Na semana passada, em canais oficiais do governo, afirmou que o termo buraco negro é racista. Que precisa ser abolido. Falou também que a palavra denegrir é racista. Por sinal, Anielle vê racismo em tudo.
Deve estar sobrando tempo para essa ministra. Tempo que ela não aproveita para consultar um dicionário e saber de fato o que é buraco negro e o que é denegrir. Embora seja professora e jornalista, falta-lhe estudo. Buraco negro é um termo adotado pela comunidade científica internacional, usado no mundo todo, para explicar a região onde estrelas e outras matérias são “engolidas” pelo excesso de gravidade desse lugar no Universo.
Denegrir, senhora ministra, é um verbo que significa difamar, caluniar ou manchar a reputação de alguém ou algo. É um termo que tem origem no latim “denigrare”, que significa “tornar negro” ou “tornar escuro”. No contexto social, denegrir está relacionado a prejudicar a imagem de alguém ou de uma instituição, disseminando informações falsas ou negativas.
Outros ministros humoristas:Fernando Haddad e Flávio Dino. Quando Haddad conta sua piada, o presidente jumento rebate com outra. Flávio Dino é hors concours sempre que declara alguma coisa que diz respeito ao trabalho que deveria estar fazendo.
O presidente, por sua vez, comanda o teatro. Apesar de reclamar da falta de dinheiro (culpa do Bolsonaro?), mandou seus ministros gastarem o que puderem em obras. Não é para sobrar dinheiro em nenhum ministério. Com uma ordem dessa, dá para prever que haverá concorrências fraudulentas e obras superfaturadas. Alguém vai ganhar muito dinheiro com isso.
Há antecedentes, e graves. Já vivemos a época do Mensalão, quando metade da diretoria do PT foi para a cadeia. Já vivemos a era do Petrolão, quando empresários e políticos foram presos na Operação Lava Jato, e soltos por obra do tendencioso e nefasto STF. E a cada dois anos temos o TSE fazendo suas estripolias nas eleições. Sobre STF: o ministro Alexandre de Moraes quer ser o assistente de acusação contra o sujeito acusado de agredir seu filho (de Moraes) no aeroporto de Roma. É pra rir ou chorar?
As imagens gravadas pelas câmeras do aeroporto romano foram mandadas para a Polícia Federal do Brasil. E sumiram. Mas a polícia italiana fez o favor de divulgá-las. Não houve agressão. No máximo uma desinteligência. E agora o pinguço proibiu que os gastos de sua mulher, a infame e nojenta Janja, sejam divulgados. Colocou tudo em segredo de Estado.
Chico Anísio e Jô Soares não viveram para ver tudo isso. Sorte deles. Azar o nosso.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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