Jundiaí celebra os 90 anos da mutação somática espontânea da uva Niagara Rosada com uma exposição especial, aberta no domingo (23), na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes. O evento também abriu a 7ª Semana do Agricultor Jundiaiense. A mostra pode ser vista até 30 de jullho e conta com fotografias e objetos. A entrada é gratuita.
“Somos a 15ª economia do Brasil em razão de muitos atributos e, entre eles, está o trabalho dos agricultores. Para construir o futuro, temos que preservar a nossa história, saber quem são as pessoas e elementos que nos trouxeram até aqui. E essa exposição nos mostra isso”, comentou o gestor de Governo e Finanças, José Antonio Parimoschi.
O gestor da Unidade de Gestão de Abastecimento, Negócio e Turismo, Eduardo Alvarez, destacou a importância do momento. ‘É um dia especial para os agricultores. Em abril deste ano, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) reconheceu Jundiahy como Indicação Geográfica para a fruta. Hoje celebramos os 90 anos da primeira variedade de uva brasileira, cuja mutação somática espontânea ocorreu em Jundiaí, no Traviú, na propriedade da família Carbonari”, comentou.
O curador da exposição, João Borin, lembrou também que o evento marca o início dos festejos dos 130 anos da imigração italiana no bairro Traviú. Localizado às margens da Rodovia Anhanguera, o povoado nasceu pelo trabalho de um grupo de imigrantes originários do norte da Itália. Em 1893, eles desembarcaram no Brasil com destino à Fazenda Sete Quedas, em Campinas. Tempos depois, o grupo adquiriu as terras que hoje compõem o bairro. No início, tentaram produzir café, mas foi com a uva, cujas parreiras até hoje podem ser admiradas no local, que floresceu a verdadeira vocação do Traviú, que ainda hoje mantém forte suas tradições.
Em 1933, a partir de uma mutação genética somática espontânea, em meio a produção da Niagara Branca, de origem americana, surgiu a variedade rosada, exclusiva da região do Traviú e reconhecia com a Indicação Geográfica de Jundiahy, que é a 102ª brasileira registrada no INPI. A escrita com as letras “h” e “y” se justifica pois, no passado, entre o final do século 19 e início do século 20, o cultivo da uva se espalhou para uma imensa área de terra que se chamava Jundiahy. Depois os municípios foram desmembrados – Jundiaí, Louveira, Itupeva, Jarinu e Itatiba.
O bairro também faz parte de duas Rotas Turísticas de Jundiaí – Italiana e do Vinho – e agrega mais de 50 pequenas propriedades produtivas. Os visitantes podem acompanhar a produção de frutas como uvas, caqui, pêssego, ameixa, pitaia, além de legumes e verduras.
Jundiaí celebra 90 anos da Uva Niagara com exposição
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