Anselmo Brombal – Jornalista
No interior, quando pessoas importantes, ou valentes demais, ou de muito poder econômico se desentendem, diz-se que isso é uma briga de cachorro grande. Sem medo de errar, podemos aplicar essa qualificação nessa encrenca entre o ministro Alexandre de Moraes, do STF (também conhecido como Xandão) e o dono da maior fortuna do mundo, Elon Musk.
Até outro dia, Xandão estava acostumado a ditar ordens. Inclusive absurdas, em sua maioria. Rasgou a Constituição, fez leis e normas. Estava deitando e rolando. Até se meter com o “X”, que é o antigo Twiter. A empresa é do Musk.
Com essa encrenca, Musk resolveu mostrar ao mundo o que se passa no Brasil – uma ditadura travestida de democracia. Jornalistas europeus e americanos, que são bem diferentes dos nossos, vendidos e ignorantes, trataram de espalhar a encrenca pelo mundo, classificando Xandão como ditador. Por sinal, devido às estripulias de Xandão, o Brasil é o hoje o país com o maior número de presos políticos do mundo.
Musk expôs toda a sujeira, incluindo o comportamento de Xandão e seus comparsas de STF, durante as eleições para presidente em 2022. A coisa ficou feia. Xandão – é bom lembrar – estava acostumado a “pedir explicações”, principalmente ao pessoal da direita, dando prazo para resposta.
Agora o Congresso americano entrou na briga. Entrou, quer saber o que está se passando nessa republiqueta de bananas, e deu prazo de 48 horas para explicação. A grosso modo, a briga começou com dois pitbuls. Mas agora, com a entrada do Congresso americano, Xandão está rebaixado à condição de um miniatura pinsher. E os dois grandões são aliados. Coitado do pequeno.
Nos Estados Unidos, já se fala na queda de Xandão – sua saída do STF e do TSE. E quando americano sussurra, é bom ficar esperto. Na última vez que sussurraram, em 1964, derrubaram um presidente (João Goulart) e passaram 21 anos ditando normas aos presidentes que sucederam o deposto.
Xandão, que antes latia, bravo e feroz, agora já está miando.
