quarta-feira, 12 março, 2025
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Não passam de parasitas

Anselmo Brombal – Jornalista

Nossos governos estão exagerando na dose de impostos. Para tudo há imposto, mesmo que você não queira pagar. Não tem como escapar. E toda essa dinheirama vai para onde? Pelo menos metade é roubada. A outra metade serve para enganar a população, num eterno fazer de conta que há trabalho.
Comecemos pelo básico, a comida e bebida. Você vai ao supermercado e compra um pacote de macarrão. No preço desse pacote já estão incluídos o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias) e o custo da empresa que produziu o pacote de macarrão.
Nesse custo estão o salário do trabalhador, o INSS, o PIS, o Cofins; estão também a energia elétrica, que também tem imposto, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do prédio, o IPVA (Imposto de Propriedade de Veículo Automotor) da frota da empresa, o combustível para mover a frota (também com impostos).
Se você tem um imóvel, vai precisar pagar o IPTU. Você comprou o imóvel, e mesmo antes de morar nele já está pagando imposto, o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Intervivos), que no estado paulista é de 3%. Ou seja, se você comprou um imóvel de 500 mil reais, 15 mil são imposto. E esse IPTU você vai pagar até o fim da vida. Uma espécie de taxa para você morar em algum lugar.
Se você comprou um carro, vai pagar o IPVA durante 20 anos. E todos os anos precisará pagar o licenciamento, uma espécie de autorização para você dirigi-lo. Se for para uma estrada, ainda vai pagar pedágio. Quando abastecer, vai pagar todos os impostos contidos na gasolina, no álcool e no diesel. Se precisar de manutenção, vai pagar os custos da oficina, como IPTU,energia elétrica, salário do mecânico (com os devidos impostos) e ainda o ISS (Imposto Sobre Serviços).
Se você usa o transporte coletivo, também vai pagar os impostos do combustível, os salários de motoristas, o IPTU da garagem… É imposto que não acaba mais. Mas, digamos que você leve uma vida de eremita, quase não saindo, a não ser para o trabalho, e economizando centavos. Também tem imposto.
Todos os anos você terá de entregar a Declaração de Renda à Receita Federal, e ainda rezar pra não cair na malha fina. Se cair, além de pagar o imposto que a Receita acha que você deve, tem multa. E salgada.
A conclusão é óbvia: os governos, em todos os níveis, não produzem nada. São verdadeiros parasitas, sangue-sugas do esforço de quem trabalha. Mas sejamos condescendentes – se o que lhe é tomado pelos governos voltasse em forma de benefícios, ótimo. Mas não volta. Bem diferente de países nórdicos.
Em alguns deles, o imposto é alto, mas o retorno acompanha. Educação de graça até a faculdade, incluindo livros, uniformes, alojamentos, comida, material escolar, transporte e até a festinha de formatura. Saúde graça, no mesmo nível de um hospital Albert Einstein. E nesses países, o presidente anda a pé, frequenta praças. Primeiro-ministro viaja de trem ou metrô. E deputados usam alojamento coletivo, onde há só uma funcionária, encarregada de preparar a comida (sem lagosta). Até as roupas são lavadas pelos próprios em lavanderias coletivas.
Por aqui, nossos parasitas exigem o bom e o melhor. O STF encomenda lagosta; deputados e senadores têm todas as mordomias possíveis – e se você criticar, há o perigo de terminar respondendo a processo. Nossos parasitas não entenderam ainda que vivemos num país de quinto mundo, não terceiro. Uma verdadeira República de Bananas.
E pensar que em 1789 aconteceu a Inconfidência Mineira, motivada pela cobrança de um imposto pela coroa portuguesa. Sim, só um imposto, de 20%, sobre o ouro e as pedras preciosas extraídas em suas minas. Era o quinto. Donde surgiu a expressão “quinto dos infernos”.
Mas o importante é que neste mês tem carnaval.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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