domingo, 24 novembro, 2024
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Lulices e Janjices

Anselmo Brombal – Jornalista

Nesta enorme Ilha da Fantasia chamada Brasil, a intervalos regulares aparecem novas aberrações. Novas ideias de jerico. Novos atentados contra a inteligência. E sempre que isso acontece, há uma legião de puxa-sacos para aplaudir, elogiar. Puxa-sacos movidos por migalhas. Em alguns casos, movidos por pão e mortadela. Puxa-sacos que estão nos sindicatos, nos jornais, nas emissoras de rádio e tevê. E puxa-sacos também desprovidos de neurônios.
O presidente Mula contava a história de como perdeu um dos dedos há décadas. Teria sido numa fábrica, numa metalúrgica, por descuido de um operador de prensa. A história era essa, e por causa dela, o molusco conseguiu uma aposentadoria por invalidez, liberado para sempre para a doce vida sindical. Agora a história mudou.
Diz ele que perdeu aquele dedo caçando caranguejos. Deve ter sido um caranguejo provido de bisturis em vez de garras. É notória a fama de mentiroso desse sujeito. Ele mesmo afirmou que, antes de ser presidente, quando ia a outros países inventava números para impressionar sua plateia. Chegou a dizer que no Brasil havia 20 milhões de crianças vivendo nas ruas. Um mentiroso convicto.
De tempos para cá, encontrou uma parceira para as bobagens que vomita, a Janja. Casou com ela, e assim essa mulamba se tornou a primeira-dama. Na semana passada, a mulamba novamente se intrometeu em assuntos do governo – há quem diga que quem manda é ela. Afirmou publicamente que o Candomblé deve ser incluído entre as terapias oferecidas pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
É de arrepiar. Por inúmeros motivos. Imagina-se um doente procurando uma Unidade de saúde e levando para casa uma receita médica: despacho com vela, cachaça e galinha preta. Se vai curar é outra história. Vale a intenção. E imagina-se também outras vertentes religiosas exigindo incluir suas crenças nas terapias do SUS. Católicos já têm milagres; seguidores de Edir Macedo, ídem. E Valdemiro Santiago tem sobra de milares. Todos fora do SUS.
Esse é o nível do casal que comanda o grande puteiro chamado Brasil. No fim dos anos 1960, quando Pelé disse que não sabíamos votar, foi criticado horrores. Hoje precisamos dar toda a razão a ele. Não sabemos mesmo. E cada vez desaprendemos mais.
É perigoso hoje chamar Mula de ladrão. O Xandão pode não gostar e te mandar para algum campo de concentração. Mas podemos chamá-lo de mentiroso. Quanto a Janja, podemos chamá-la de feia – beleza e feiura é questão de gosto pessoal. E ela nem feia é. É horrorosa, escrota. Veste-se mal e comporta-se como uma quenga. Bem à altura do ancião que a sustenta.
Esperar para ver. Esperar pelas próximas mentiras arrotadas pelo senil. E esperar pelas novas receitas médicas do SUS. Talvez seja melhor. Galinha, cachaça e vela estão mais em conta que os remédios. E o importante é ter fé. Fé que esses dois vão logo para o inferno.

Anselmo Brombal
Anselmo Brombalhttps://jornaldacidade.digital
Anselmo Brombal é jornalista do Jornal da Cidade
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