Anselmo Brombal – Jornalista
Há algumas semanas, apareceram nas redes sociais vídeos de uma capivara nadando com seu amigo. Seu amigo, não seu dono. Ambos moram no Amazonas. Outros vídeos mostravam a convivência do sujeito, de nome Agenor, com a capivara, nomeada Filó. Os dois se entendem, e há motivos para isso. Filó foi adotada por Agenor, e foi presente de índios, que haviam caçado e matado sua mãe. Mas Filó vive solta, à vontade. Sem gaiola, sem grade, sem corrente.
Mas foi o Ibama tomar conhecimento para tudo mudar. Uma equipe do Ibama foi até a casa do Agenor para apreender a Filó. Ela foi levada para Manaus de helicóptero. E o Ibama não sabia o que fazer com a capivara. Seus iluminados dirigentes resolveram que ela deveria ser devolvida ao seu habitat. E como são semi-analfabetos, falaram em “habitat natural”. Um belo pleonasmo.
Há dias, porém, resolveram devolver Filó ao Agenor. E ambos estão felizes morando na margem de um rio. Filó nadando com Agenor;Agenor carregando a Filó no colo. E enquanto isso acontece, o Ibama não sabe dos garimpos ilegais, dos desmatamentos exagerados, principalmente no Pará. Resumindo: o Ibama não tem o que fazer, a não ser encher o saco de quem está quieto.
Filó é tratada como um animal de estimação. Mas não está presa. Por sinal, está bem à vontade. Ela se afeiçoou ao Agenor, agora promovido a “tutor” e “influencer” pela imprensa de merda que temos nos dias de hoje. Não é como ter um cachorro ou um gato. Ou um papagaio.
Mas o Ibama não tinha o que fazer. Se continuar procurando serviço, os fiscais do Ibama poderiam dar um pulinho no banco do Brics. Lá tem uma anta bem conhecida, que precisa ser enjaulada.